O Brasil perdeu uma das maiores artistas da história, Rita Lee, a rainha do rock nacional. Rita faleceu no último dia 8 de maio, vítima de câncer de pulmão, pouco antes do lançamento de sua segunda autobiografia. Neste Retrato, vamos relembrar e celebrar a carreira dessa grande artista, que foi um ícone de rebeldia e transgressão.
Nascida em 31 de dezembro de 1947, Rita Lee Jones era filha de Chesa, uma pianista, e Charles, um dentista do consulado dos Estados Unidos. Desde cedo, Rita demonstrou interesse pela arte, sendo influenciada por nomes como Carmen Miranda e Fred Astaire. Ela teve aulas de piano com a renomada pianista Magdalena Tagliaferro e, aos poucos, foi desenvolvendo suas habilidades.
Rita teve uma passagem breve como baterista em um quarteto feminino chamado Teenage Singers, antes de se juntar aos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias na formação inicial d'Os Mutantes. A banda ganhou destaque no cenário musical brasileiro, desafiando os padrões da época e incorporando elementos do rock em suas músicas.
Em 1968, Os Mutantes participaram do festival da Record ao lado de Gilberto Gil, rompendo barreiras e mostrando que o rock brasileiro era possível. A apresentação foi polêmica, com vaias da plateia, mas para Rita, era um sinal de sucesso. A relação da banda com a música nacional só cresceu, e o álbum Tropicália ou Panis et Circencis se tornou um marco da música brasileira.
Após a saída d'Os Mutantes, Rita formou as Cilibrinas Lisérgicas e posteriormente a banda Tutti Frutti, que rendeu grandes sucessos. Rita assumiu o papel de vocalista e se destacou como uma figura transgressora, abordando temas como liberdade feminina, política e misticismo em suas letras. Ela teve uma parceria de sucesso com o escritor Paulo Coelho, que compôs algumas músicas para ela.
Em 1976, Rita conheceu Roberto de Carvalho, guitarrista de Ney Matogrosso, por quem se apaixonou e teve três filhos. Roberto se tornou seu parceiro musical e ajudou a expandir seus horizontes musicais. Juntos, eles lançaram discos importantes, como Saúde e Rita Lee e Roberto de Carvalho.
Rita enfrentou momentos difíceis em sua vida, incluindo prisões por posse de drogas durante a ditadura militar. Ela passou uma semana presa e cumpriu um ano de prisão domiciliar. No entanto, sua carreira nunca se estagnou, e ela continuou a inovar e se reinventar como artista.
Rita Lee deixou um legado imenso na música brasileira. Sua rebeldia e talento indiscutível a tornaram uma das maiores artistas da história do país. Sua voz ecoará eternamente no coração dos fãs, que sempre se lembrarão dela como a rainha do rock nacional.
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