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Crítica

Amazing Spider-Man #1 | Crítica

Nova fase da HQ do Homem-Aranha começa cheia de mudanças, mas não favorece leitores iniciantes

19.10.2015, às 10H57.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H39

Embora a nova fase, com numeração zerada, da série Amazing Spider-Man tenha começado nos EUA com várias novidades para a vida do Homem-Aranha, para entender as referências, a trama e as piadas o leitor precisa ter lido a história do Homem-Aranha Superior - o celebrado arco de Dan Slott que colocou o Dr. Octopus no corpo de Peter Parker e deu início à empresa Parker Industries.

A bagagem que Peter traz dessa época recente - cujos danos ele ainda tenta reparar - deve fornecer o material dramático e o suspense nessa nossa fase, especialmente nas subtramas envolvendo Sajani e Anna Maria. Embora as aventuras do Aranha agora tenham um escopo global, os bastidores da Parker Industries prometem ditar o arco. Em contraponto, as novidades chegam em ritmo de festa: desde os upgrades no uniforme (o Aranha agora troca tipos de cartuchos de teia com comando de voz, e o visual da roupa tem um acabamento cromado apesar das linhas clássicas) até o novo status internacional de Peter, que virou um semi-Steve Jobs com seu smartwatch que vende como água na China.

Aliás, é com o comercial do smartwatch que a edição #1 começa, na primeira de várias piadas autorreferentes com os lemas do personagem: "Com grande poder... vêm maior velocidade, espaço de armazenamento e tempo de bateria", diz Parker na propaganda do relógio. Cada vez mais à vontade na série, Slott já volta a exercitar nesse início de fase o seu jeito de reciclar os clichês do herói, de ressaltar de forma irônica os lemas enquanto marcas registradas, o que ele faz desde a fase Superior. E se por um momento Parker parece grave demais, como quando diz que não deixará ninguém morrer, logo ao virar a página o leitor depara com uma piadinha que desarma essa gravidade.

O humor, de qualquer forma, é o ponto forte dessa primeira edição. É exemplar a forma como Slott não desperdiça oportunidades: na cena do casamento em San Francisco, temos humor na inabilidade do Aranha Hobie Brown em fazer piada, na torcida do Peter à paisana, dos cientistas que lembram do terror da época Superior. O texto é ligeiro, conciso, e consegue fazer graça sem interromper a trama ou a ação. Mas, de novo, para pegar as sacadas é preciso estar inteirado do que aconteceu no arco estrelado por Octopus - lembrete que fica claro no gancho deixado ao final dessa edição.

Nota do Crítico
Ótimo

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