De uns anos para cá, entretanto, os argumentistas (&qt;&) vêm se valendo desse subterfúgio narrativo com abominável freqüência. Um colega de grupo de discussão chegou a dizer, certa vez, com muita propriedade, que o pessoal da Marvel nem se dava mais ao trabalho de enterrar as personagens: deixava-as num canto aguardando a hora de ressuscitar. E sou forçado a lhe dar plena razão.
A lista de ressurreições é imensa, indo desde o indefectível Super-Homem ao maligno Duende Verde original, incluindo também, entre outros, Jean Grey, Charles Xavier, Guardião, Warlock, Thanos, Homem de Ferro, Capitão América e sei lá quantos mais. É quase mais fácil citar quem morreu e não ressuscitou. Essa onda cretina tem a ver com a crise geral no mercado de quadrinhos americano, que míngua a cada ano. Para tentar conter a irrefreável queda nas vendas, as editoras lançam mão desses artifícios baratos, com sucesso. Não seria tão execrável se, depois de um evento bombástico, os leitores fossem brindados com histórias de qualidade. Na maioria das vezes, entretanto, não é o que acontece. E quando as vendas voltam a cair, qual a solução&qt;& Um novo evento bombástico, reiniciando o ciclo.
De um tempo para cá, esse tipo de coisa vem acontecendo de forma cada vez mais acelerada. Mas até quando funcionará&qt;& Não sei. Mas espero que não seja por muito tempo. Só restarão, então, duas alternativas: melhorar o nível das histórias ou fechar. Torçamos para que a alternativa escolhida seja a primeira.
Publicado originalmente na extinta Gibiland. Que Odin a tenha.
Imagem do Super-Homem © DC Comics. As demais são © Marvel Comics.