Quem conhece o trabalho dele nos quadrinhos sabe que Frank Miller é um mestre na economia narrativa: contar mais com menos. Quem conhece Frank Miller ao vivo, como aconteceu no painel de tributo à sua carreira nesta sexta-feira na CCXP - Comic Con Experience 2015, descobre que ele é extremamente econômico nas palavras. Com respostas que às vezes resumiam-se a "sim" e "não" - sabendo que estava sendo mordaz - Miller divertiu o auditório Cinemark lotado.
Apesar do painel tratar de grande parte de sua carreira - desde os primeiros gibis que leu na vida até os próximos projetos -, falou-se bastante de Cavaleiro das Trevas III. Miller voltou ao discurso que vem adotando nas últimas semanas, dando a entender que a série é mais de Brian Azzarello do que dele. "Mal posso esperar para ver o que o Brian vai fazer no encontro de Batman e Superman na série", disse. "Mas tenho que dizer que li o roteiro dele e é muito bom".
Na HQ em si, o roteiro é creditado a Miller e Azzarello, com desenhos de Andy Kubert.
Miller diz que ainda quer fazer uma grande história do Superman. "Sempre gostei mais do Batman, porque ele é mais malvado. Mas o Superman tem seu apelo, pelo bom-mocismo. Na minha história do Superman, o Batman vai ser um vilão".
Miller também confirmou que seu próximo projeto é Sin City: 1945. A história, segundo ele, trata de um agente secreto americano enfrentando um nazista na cidade do pecado.
Mais algumas respostas rápidas de Miller durante o painel:
Sobre o começo de carreira: "Minha mãe diz que eu tinha 5 anos quando anunciei que ia desenhar gibi. Eu preferia morrer de fome do que não trabalhar com quadrinhos. Quando eu comecei, ninguém vivia disso – você tinha quadrinhos como um trabalho extra. Eu fui um dos primeiros da minha geração que pôde viver de quadrinhos".
Sobre mudar-se para Nova York para trabalhar com quadrinhos: “Minha primeira impressão da cidade foi de um grande parque de diversões. Ainda acho isso. Um parque de diversões horrível e fantástico”.
Sobre assumir a série do Demolidor quando ela estava à beira do cancelamento: “Eu gostava do fato que o poder dele era não enxergar. Eu cheguei para a Marvel e pedi para ficar com a série. Depois que eles pararam de rir, me deram o serviço”.
Ele assistiu ao seriado do Demolidor na Netflix? “Não”.
E sobre Elektra na segunda temporada do seriado: "Podem chamar do que quiserem, mas não é ela".
Ainda sobre o seriado de Demolidor: "Eu acho muito bom que seja uma adaptação para TV, porque a TV é uma mídia mais de atores do que diretores, e uma história como 'Queda de Murdock' [que pode ser uma das bases da próxima temporada] precisa de um atuação forte".
Cavaleiro das Trevas é das suas obras preferidas? "Sim, é. Mas ainda sou muito jovem para ter uma obra-prima".
Pergunta de um fã: "Por que precisamos de heróis como Batman e Superman hoje?". Miller: "Essa é a pergunta que eu mais gosto. Precisamos deles justamente porque você fez essa pergunta".
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