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Superman | Lois Lane da vida real pede solução para os direitos do personagem

Joanne Siegel escreveu carta antes de morrer ao CEO da Time-Warner

29.03.2011, às 00H00.
Atualizada em 26.01.2017, ÀS 16H02

Um dia depois da escolha de uma Lois Lane ruiva para o novo filme do Superman, outra ruiva, Joanne Siegel, provou mais uma vez por que foi a musa inspiradora da esperta repórter. A viúva de Jerry Siegel (cocriador do personagem ao lado de Joe Shuster) faleceu em fevereiro, aos 93 anos, mas até sua morte não parou de lutar para receber os direitos da criação de seu marido.

O site Deadline Hollywood teve acesso a uma carta escrita por Joanne em dezembro de 2010, mas nunca enviada a Jeffrey L Bewkes, CEO da Time-Warner, na qual relembra como ela e o marido, falecido em 1996, eram bem tratados pelos presidentes anteriores da companhia, Steve Ross e Jerry Levin - que tentaram à sua maneira resolver parte da questão sobre quem é o verdadeiro dono de Superman. Porém, segundo Joanne, Levin deu poderes demais aos advogados antes de se aposentar, o que dificultou as negociações e impediu um acordo de ser feito sob a gestão do presidente seguinte, Dick Parsons.

Joanne Siegel

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Joanne Siegel e a personagem que inspirou

Dirigindo-se a Bewkes, ela comenta que “minha filha Laura e eu, bem como o espólio dos Shuster, não fizemos mais do que exercer nossos direitos sob a Lei de Copyright. Ainda assim, sua empresa escolheu nos processar”. Ela comentou na ocasião ter acabado de completar 93 anos (“sou velha o suficiente para ser sua mãe”) e que tanto ela como sua filha Laura estavam com problemas de saúde.

Joanne lembra que, ainda assim, os advogados da Time-Warner estariam intimando-as para depor uma terceira vez, obrigando-as a contrariar as ordens médicas que ambas receberam. Para ela, isso é uma tática de intimidação de uma grande empresa contra pequenos indivíduos que apenas querem seus direitos:

“Como você sabe, a DC Comics e a Warner Bros. lucraram enormemente durante 72 anos explorando a maravilhosa criação de Jerry e Joe. Superman é hoje uma franquia bilionária e tem sido a mais importante propriedade intelectual da DC por todo esse tempo". A viúva pede também a Bewkes que os advogados da Time-Warner parem de alongar o litígio, pois só esses advogados lucram com isso; que parem de acusar Marc Toberoff (advogado que atende ao mesmo tempo os herdeiros de Jack Kirby contra a Marvel) de estar na causa por benefício próprio; e, enfim, que toda a questão seja resolvida como um assunto de negócios que está sujando o nome da empresa:

“A solução para poupar tempo, dor de cabeça e gastos é mudar o ponto de vista. À Laura e a mim é devida legalmente nossa parte dos lucros do Superman desde 1999. Ao pagar a conta devida em seu total, como se pagam outras contas de serviços de negócios, tudo seria tratado como um assunto de negócios e não como um processo que se arrasta por cinco anos”.

A compensação financeira exigida por Joanne Siegel relativa a 1999 é sobre o licenciamento feito da DC para a Warner Bros para adaptar Superman para cinema e TV - segundo elas, um valor muito abaixo do mercado. A produção do novo filme do Superman começou definitivamente em 2011 pois, caso contrário, o espólio de ambas as famílias poderia processar as empresas por danos. A decisão jurídica mais recente foi favorável à WB, mas, a partir de 2013, nem a DC nem a WB poderão explorar Superman sem pedir - e pagar uma licença - para os herdeiros de Siegel e Shuster.

A carta original em inglês pode ser lida na íntegra aqui.

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