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As Idades do Amor | Crítica

Terceiro filme da série italiana Manual do Amor estreia no Brasil por culpa de Robert De Niro

26.04.2012, às 19H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H45

Da série de filmes italianos Manuale d'Amore, só o primeiro, Manual do Amor, de 2005, estreou no Brasil. Como o próprio cartaz já dá a entender, Manuale d'Amore 3 está chegando ao país - com o título As Idades do Amor - porque tem a presença de Robert De Niro no numeroso elenco.

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Quem espera um filme protagonizado pelo ator hollywoodiano, porém, precisa saber que o roteiro se divide em três tramas - a de De Niro é a terceira. Na primeira, um jovem advogado (Riccardo Scamarcio) deixa sua noiva esperando e parte para a Toscana, com a missão de convencer uma família a vender sua propriedade, no terreno de um futuro campo de golfe. A segunda história mostra um âncora de telejornal (Carlo Verdone), pai de família, perseguido por uma amante psicótica em Roma. Por fim, na trama romana de De Niro, ele interpreta um professor arqueólogo viúvo que abriga em seu apartamento a filha (Monica Bellucci) de um amigo que vive no mesmo prédio.

A participação de De Niro deve dar uns 40 minutos - tempo suficiente para vê-lo falando italiano com sotaque nova-iorquino, fazendo cara de constrangido com a "expansividade" dos italianos e pagando um mico básico numa cena de striptease. Nesta sua fase ator-de-aluguel, ele nunca pareceu tão desconfortável quanto em As Idades do Amor. O filme diz muito mais sobre as comédias românticas italianas, porém, do que sobre a carreira de De Niro.

A cafonice é a característica mais evidente; entre uma história e outra, Vittorio Propizio interpreta um taxista cupido que atira flechas e olha pra câmera enquanto solta frases-clichê da paixão como "O amor são bofetadas". No mundo todo, o gênero é conhecido por transformar os anseios das mulheres em casos de psicose, mas na comédia italiana o histrionismo e o machismo andam mais próximos. Em As Idades do Amor, mulheres são dadas e mentirosas antes de virarem matronas de respeito (como Monica Bellucci, no ápice da volúpia, quatro meses depois de dar à luz sua segunda filha).

Mais latentes são as coisas que se notam nas entrelinhas, como a fixação dos italianos por carros. O cupido é taxista. Em italiano, "vez" se diz "volta", então apaixonar-se outra vez é como dar uma nova "volta". E toda a trama da juventude tem nos carros seu centro; o varão ganha o respeito da mulher quando ganha uma corrida contra um carro, e o sexo se consuma sobre um capô.

É interessante ver como essas peculiaridades se infiltram na comédia italiana (como as piadas com os anjos em pleno coração da Igreja Católica, na segunda historieta, a melhor das três, com um Carlo Verdone lembrando um Berlusconi farsesco), mas isso não justifica o preço do ingresso. A não ser que enlatados italianos com astros hollywoodianos sejam sua tara, daí não há muito o que fazer. Para todas as outras pessoas, a única notícia boa aqui é que não é preciso ver os outros filmes para entender Manuale d'Amore 3.

As Idades do Amor | Cinemas e horários
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