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Crítica

Scandal - 3ª Temporada | Crítica

Enquanto luta pela sobrevida de Grey's Anatomy, Shonda Rhimes transforma Scandal em um dos maiores hits da temporada

13.05.2014, às 00H15.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 15H18

A nova menina dos olhos de Shonda Rhimes, Scandal, tem dado o que falar depois de duas ótimas temporadas. Não é à toa que sua popularidade subiu em progressão geométrica nesse último ano. A produção do canal estadunidense ABC aproveitou seu sucesso e investiu em uma história ainda mais intensa e requintada para 2014.

Mas não é somente a elaboradíssima trama que faz de Scandal uma das melhores séries da atualidade. Seu texto brilhante, além de ser extremamente bem escrito, é interpretado por um ótimo elenco - isso sem falar em todos os elementos técnicos que tornam a série uma primorosa obra de arte.

Com a primeira temporada, Scandal aprendeu a não apoiar sua narrativa na estrutura de procedural, o "caso da semana". Foi justamente essa mudança que fez com que a série deslanchasse de vez. A partir do momento que o foco dos episódios saiu da OPA e foi para a Casa Branca, a evolução foi espantosa. Por isso o terceiro ano chegou com um fôlego de segundo, o que ficou bastante evidente na dinâmica dos acontecimentos. Essa ideia de "novelão" pode parecer errada, mas é exatamente o que faz de Scandal uma série poderosa daqui pra frente.

Planejar é preciso

A segunda temporada terminou com uma uma revelação importante a respeito do Comandante. O que não se podia esperar era que toda essa temporada fosse centrada nas façanhas de Papa Pope. Ele chegou pra ficar e pra causar - e causou. Desde a primeira cena ficou claro que todas as tramas teriam a participação de Eli (Joe Morton) para que fizessem sentido no final, só não estava certo se o final seria o que foi.

Ele, entretanto, não foi a única peça-chave para o terceiro ano de Scandal. Um dos grandes presentes de Rhimes para os fãs foi desenvolver o passado de Olivia (Kerry Washington) e a história de sua família. Em séries que são centradas no ambientes de trabalho, é comum que os protagonistas tenham uma relação distante com sua família, que sejam casados com o trabalho - mas não é uma regra. Rhimes soube escolher a hora certa de revelar cada parte da série.

Enquanto boa parte do público ainda tem dificuldade para aceitar o convívio com o romance-sanfona de Olivia e Fitz (Tony Goldwyn), não foi possível ignorar o que estava passando pela cabeça de Mellie. Bellamy Young, a atriz que interpreta a primeira-dama, já estava fazendo um trabalho impecável desde o começo da série, mas foi na terceira temporada que sua estrela realmente brilhou. Rhimes percebeu que ela precisava de mais destaque e, com isso, revelou informações pesadas a respeito da personagem. Saber o que aconteceu com Mellie durante as eleições para governador nos permitiu entender com muita clareza de onde a personagem veio e o que a motiva.

Também não se deve deixar passar em branco o brilhante trabalho de Jeff Perry, ator que dá vida a Cyrus Beene. O que Perry faz de melhor é transformar cada palavra em algo importante, relevante e impossível de se deixar passar. O que chamou atenção, no entanto, foi sua reação à trágica notícia durante uma entrevista coletiva. Seu choro gutural e animalístico foi um dos momentos mais brilhantes de toda a terceira temporada de Scandal. O próximo ano reserva um Cyrus mais inescrupuloso e com sede de sangue, já que ele não tem mais nada a perder.

Menino ou menina?

O único problema que poderia ter comprometido a produção de Shonda Rhimes foi a gravidez de Kerry Washington. Rhimes não tem costume de aproveitar gravidez de atriz para engravidar personagem. Foi possível ver isso Grey's Anatomy e em Private Practice e com Scandal não seria diferente. Como toda a série é escrita sob o seu ponto de vista, não seria possível continuar a temporada sem a presença da protagonista. A solução foi encontrada na redução da quantidade de episódios para encerrar o ano sem prejudicar Washington e Scandal.

Na verdade, a gravidez de Washington não atrapalhou em nada o andamento do programa. A única coisa que acabou um pouco prejudicada foi o fato de que o episódio final teve informações suficientes para produzir os quatro episódios que foram cortados. Acabou ficando tudo muito apressado e apertado, mas não a ponto de comprometer as informações ou sequer o futuro da série. De qualquer forma, Rhimes deu um jeito para resolver o problema da redução de episódios. Não foi o melhor jeito, mas foi um jeito. Apesar da pressa, todas as tramas tiveram encerramento, enquanto novas histórias foram introduzidas. Essa é a principal função de um final de temporada.

Nota do Crítico
Bom

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