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Crítica

Orphan Black - 5ª temporada | Crítica

Seriado tem decisões questionáveis, mas termina seu último ano em alta

13.08.2017, às 13H03.
Atualizada em 13.08.2017, ÀS 14H08

Nos primeiros momentos da quinta temporada de Orphan Black, Kira (Skyler Wexler) revela à sua mãe Sarah (Tatiana Maslany) que já não quer mais fugir: chegou a hora de confrontar seus inimigos e descobrir a verdade sobre sua natureza. A cena representa fielmente os desafios último ano do seriado, que começa já sabendo que o fim da estrada não está tão distante.

Após inúmeras complicações com uma outra linhagem de clones, traficantes e policiais corruptos, a trama agora retoma a Neolution como principal antagonista. A organização parece finalmente sair das sombras e tomar o rosto de Rachel Duncan (Maslany), que idealiza um mundo onde o avanço genético e físico da humanidade não tem limites. Toda a série vêm desenvolvendo a personagem como uma vilã, com o encerramento da quarta temporada dando início à ascensão megalomaníaca de uma mulher traumatizada por sua infância. Infelizmente ela é colocada de lado rapidamente para dar espaço à P.T. Westmoreland (Stephen McHattie), o fundador da Neolution.

Enquanto faz sentido ter o Clube das Clones confrontando o responsável por tudo, o personagem tem muito tempo de tela mas pouquíssimo desenvolvimento até os episódios finais. A produção percebeu que a grande maioria das respostas às questões centrais do programa se encontravam no passado, mas ao invés de representar isso com flashbacks ou outros métodos mais interessantes, tomaram a questionável decisão de responder tudo em exaustivos diálogos entre Westmoreland, Susan Duncan (Rosemary Dunsmore) e Virginia Coady (Kyra Harper), cientistas envolvidas nos projetos de clonagem Leda e Castor.

Isso afunda o ritmo da temporada por alguns capítulos, dando atenção desnecessária à relação conflituosa deles e outras subtramas mornas, como a caça por um "monstro" na ilha que Cosima (Maslany) se encontra e uma comunidade chamada Revival cujo as crianças servem como cobaias à Neolution. Orphan Black é sobre Sarah e as demais clones questionando sua própria existência, e a terceira temporada já havia demonstrado que deixar tal premissa como plano de fundo para desenvolver a mitologia não é uma ideia muito interessante. Faltou aprender com o passado, mas felizmente a narrativa toma força na reta final e compensa pelo tempo perdido.

Os últimos capítulos retomam a perspectiva das clones e mostram a fase mais brutal do conflito com a Neolution. É o auge da temporada ao apresentar desde o sequestro de Helena (Maslany) até a redenção de Rachel, com inúmeros atos de violência e reviravoltas. Os roteiristas assumem a missão de acabar com todas as pontas soltas, dando uma conclusão para vários personagens que já tiveram destaque nos anos anteriores, indo desde clones até cientistas. As despedidas também não perdoaram vilões e protagonistas, mostrando que as ações das clones trazem consequências ao mundo que habitam.

Tudo que a temporada enrolou no início é recompensado com ousadia e boa escrita na segunda metade, trazendo uma conclusão satisfatória que demonstra que as personagens aprenderam muito sobre sua criação e natureza, mas que isso não as impede de errar e serem imperfeitas. Após todo tipo de conflito e violência, Orphan Black termina em alta ao apresentar um fim extremamente humano para uma história onde a humanidade é tema central desde os primeiros minutos.

Nota do Crítico
Ótimo

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