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Crítica

Silent Hill - Revelação | Crítica

Continuação se acomoda, sob o pretexto de ser fiel aos games

17.10.2014, às 13H47.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H45

A vantagem dos projetos com vocação para sair direto em DVD comoSilent Hill - Revelação (Silent Hill - Revelation 3D), que custou só US$ 20 milhões para ser feito, é que dá para se dedicar a nichos de públicos, ao invés do famigerado quadrante (homens, mulheres, adultos, crianças) que Hollywood busca sempre atingir no cinema com seus filmes mais caros.

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Mas procurar um espectador específico - neste caso, o fã dos games de Silent Hill que dão origem a este longa-metragem, continuação do mais abrangente Terror em Silent Hill - pode ser uma armadilha. O que vemos aqui é um filme preso à obrigação (ou que cede à preguiça) de somente reproduzir na telona as imagens que compõem a mitologia do jogo, como uma visita guiada a um museu de cera.

Na trama, Sean Bean continua tentando proteger sua filha Sharon (Adelaide Clemens) dos pactos sobrenaturais gestados na cidade de Silent Hill. A disposição de se aproximar mais dos games do que o filme anterior fica evidente logo no começo de Revelação, quando descobrimos que Sharon ganhou do pai uma nova identidade, Heather, e um colete branco de aniversário - dois elementos característicos da personagem no jogo.

Vêm de Silent Hill 3 os principais antagonistas de Revelação, a família Wolf, membros da ordem religiosa que sequestra o pai de Sharon/Heather para trazê-la de volta a Silent Hill - onde Heather tem em Vincent (Kit Harington) o guia ideal para apontar e descrever à protagonista e ao espectador todos os personagens e elementos que fazem do filme um passeio em live-action pelo game.

(Se em Game of Thrones Jon Snow "não sabe nada", neste filme Harington sabe tudo: o filme está quase acabando e ele continua explicando quem são os personagens que compõem a mitologia estabelecida, como os Bethren, seguidores da Ordem. Precisa mesmo? São soldados de máscara de gás como qualquer soldado de máscara de gás de filme de terror; quem se importa com os Bethren!)

O que desaponta nessa disposição de fazer de Silent Hill - Revelação um parque temático (a cada sala, uma nova atração reconhecível pelos fãs), que transforma coadjuvantes em papéis principais (o fato de o clímax ser estrelado por dois personagens que são basicamente objetos inanimados é emblemático), é que o diretor Michael J. Bassett (Solomon Kane) abre mão, assim, de qualquer senso de suspense. Tudo é conhecido e, portanto, antecipado. É um filme de mistério sem mistério.

Ironicamente, Revelação tem tanto diálogo explicativo, tantas situações funcionais pensadas para expor a mitologia - uma lógica de catalogação e não uma lógica narrativa - que torna-se dispensável ter visto o longa anterior ou mesmo conhecer os jogos para entender esta aborrecida continuação. No fim, é um produto para fãs que, ao reapresentar didaticamente tudo o que compõe o universo de Silent Hill, acaba tratando-os como não-fãs.

Silent Hill - Revelação | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Regular
Silent Hill: Revelação
Silent Hill: Revelation 3D
Silent Hill: Revelação
Silent Hill: Revelation 3D

Ano: 2012

País: França, EUA

Classificação: 16 anos

Duração: 94 min

Direção: Michael J. Bassett

Roteiro: Michael J. Bassett

Elenco: Sean Bean, Radha Mitchell, Deborah Kara Unger, Adelaide Clemens, Kit Harington, Malcolm McDowell, Carrie-Anne Moss, Martin Donovan

Onde assistir:
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