Em entrevista com Natália Bridi, os atores Annabelle Wallis e Ward Horton e o diretor John Leonetti falam sobre as Annabelles em suas vidas, as bonecas usadas no longa, as influências do filme e o capiroto.
Olá. Obrigada por me receberem. Vocês têm alguma Annabelle nas suas vidas? Algo como um brinquedo que te assustava na infância ou algo que não era assustador na época mas quando vocês olham agora parece muito estranho.
Annabelle Wallis: Tem muita gente estranha que anda na minha rua em Londres. Não fica mais estranho do que isso.
Ward Horton: Ah é?
AW: É. Tem muita gente bizarra onde vivo. Mas não diria que existe uma coisa em particular.
WH: É… Não consigo me lembrar de algo na minha vida que...
AW: Eu tinha um rato!
WH: Um rato de verdade?
AW: Tinha um rato na minha casa. E essa foi a coisa mais estranha que me aconteceu, porque ele virou meu amigo. Eu gostava dele no meu sótão.
WH: Foi ano passado?
Ele tinha um nome?
AW: Eu o chamava de Pinky. Pinky!
Então ele era um rato bonzinho.
AW: Ele era um rato legal. Mas as pessoas vinham à minha casa e eu "olha, tenho que dizer uma coisa... tem um rato aqui e o nome dele é Pinky."
WH: "Ele é meu amigo."
AW: E, sabe, eles não gostavam e ficavam muito assustados. Então, o que é assustador para alguém pode não ser tão assustador para o outro.
WH: Eu não me assusto tanto com Pinky, o rato.
AW: Pinky!
Quantas Annabelles foram feitas e usadas no filme?
John Leonetti: Bom, nós tínhamos a original e a boneca dublê do filme "Invocação do Mal" e depois construímos mais três e diferentes conjuntos de olhos para a evolução dela.
Tem um com sangue nos olhos dela.
JL: Sim, um momento bem específico.
Vocês podem nos falar das homenagens no filme como "O Bebê de Rosemary" e até "Pânico" na cena da pipoca, lembra? Então vocês gostam do gênero terror? E que filme vocês assistiram para fazer Annabelle?
WH: Aquela época definitivamente tinha muitos filmes maravilhosos e...
AW: O terror clássico foi algo que nos chamou a atenção e foi algo que nós dois gostamos.
WH: Os sustos não pareciam um artifício, era real. Tudo no filme parece bem concreto e vem de um lugar verdadeiro. Para nós, como atores, só posso dizer por mim, isso é o que queremos. Tudo o que acontece queremos que tenha um propósito, seja para um propósito e eu sinto que nesse filme foi isso que o time criativo e o escritor Gary Dauberman nos deu com o roteiro. Mas aqueles filmes que cresci assistindo como "O Iluminado" e "Poltergeist" são filmes muito assustadores que me pareceram muito bem fundamentados.
Como você conseguiu fazer essas cenas com o diabo?
JL: Menos é mais. Simples assim. Esse foi um dos meus lemas para o filme inteiro. O lance é que eu nunca vou esquecer quando ele estava maquiado e entrou no set, nós íamos filmar um teste com ele, Joseph Bishara, que também é nosso compositor E ele fez os demônios em "Sobrenatural" e "Invocação do Mal", pensei em continuar a tradição. Ele estava muito assustador e todos estavam "uau, ele está tão legal é assustador!" E eu falei "Sim. Mas cuidado, precisamos ficar espertos, se ele aparecer demais não vai assustar." Ele realmente teve... Nós tivemos muito cuidado com isso.
É, me caguei de medo com ele.
JL: Bom. Bom.
Ok, muito obrigada.
JL: Obrigado você!
Bom te conhecer.
JL: Se cuide, bom te conhecer também.
