Filmes

Artigo

Ghost in the Shell quer enterrar a má fama dos filmes de anime em Hollywood

Em evento realizado em Tokyo, diretor e elenco do filme prometem fidelidade máxima à obra japonesa

13.11.2016, às 14H07.
Atualizada em 13.11.2016, ÀS 16H00

Minutos antes de o trailer de Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell ser revelado ao mundo, o diretor Rupert Sanders estava em um palco repleto de jornalistas e convidados. Participante de um "painel" com perguntas já combinadas previamente, Sanders foi questionado sobre qual assinatura traria para a adaptação americana do clássico criado por Masamune Shirow e dirigido em animação por Mamoru Oshii"Tudo o que fiz foi pegar o trabalho destes dois mestres e colocar na tela", afirmou Sanders, em tom de brincadeira.

None

A colocação de Sanders, entretanto, não poderia ser mais séria. Quando se fala em versões hollywoodianas de obras da cultura pop japonesa como animes, mangás e light novels, é impossível não se lembrar de pérolas como Dragonball Evolution, com sua total falta de compromisso com o material adaptado. Frente a um cenário como este e em meio a críticas em torno da escalação de Scarlett Johansson para o papel da protagonista Motoko Kusanagi, Ghost in the Shell afirmou, com convicção, que quer enterrar a má fama dos filmes de anime em Hollywood.

Muito além dos segredos do trailer e sua aproximação com o material original, o evento diz muito sobre a intenção de Sanders, Johansson e a equipe que produziu o filme. Não apenas por trazer a mídia de entretenimento global para Tokyo, cidade onde se situa a história original e que respira cultura pop japonesa como nenhuma outra no planeta, mas também pelo que foi apresentado por lá.

A primeira cena exibida durante a apresentação foi a criação da ciborgue Motoko Kusanagi, com direito a novo arranjo do compositor Kenji Kawai, assombra pelo seu cuidado e respeito com o anime, até mesmo nos ângulos de câmera - veja a versão animada clicando aqui. É um nível de semelhança que lembra 300, o longa no qual Zack Snyder alavancou sua carreira simplesmente dando vida a quadros da HQ de Frank Miller até a última tonalidade de cor.

O cuidado também se espalha pelos figurinos, cenários e artes conceituais, escolhidas a dedo para impressionar os jornalistas e o público. Da maleta com a Uzi aos olhos de Batou (Pilou Asbaek), passando pelo robô-gueixa e um quadro no qual um personagem digita dividindo os dedos em vários pedaços, o longa se mostra repleto de detalhes e referências para agradar os fãs do material original.

Claro, o resultado final ainda depende do veredito de crítica e público sobre o longa, que estreia em abril de 2017, mas o trailer deste domingo e o que foi mostrado na capital japonesa são um bom começo - não apenas para Ghost in the Shell, mas para uma nova era das adaptações de animes e mangás em Hollywood.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.