Séries e TV

Crítica

The Last Kingdom - 1ª Temporada | Crítica

Série medieval estreia com a alcunha de "nova Game of Thrones”, mas se sustenta sozinha

11.07.2016, às 09H18.

Com o fim cada vez mais próximo de Game of Thrones, os fãs de produções medievais já começam a buscar substitutas e a recente The Last Kingdom estreou sua primeira temporada com um pouco dessa expectativa. Apesar de ser recomendada para quem gosta da série da HBO, a nova atração consegue facilmente se sustentar sozinha.

The Last Kingdom se passa no que hoje conhecemos como a Inglaterra, mas antes era um conjunto de reinos menores e separados. A história começa quando os dinamarqueses, conhecidos como vikings na época, começaram a invadir esses reinos em busca de prata, escravos e, principalmente, um local para viver.

Nesse contexto há o jovem Uhtred (Alexander Dreymon), que nasceu como um nobre, mas foi sequestrado pelos dinamarqueses quando eles invadiram o local onde morava. O protagonista viu a morte da família e de todos que conhecia, mas acabou sendo criado pelo povo inimigo até a vida adulta, quase como um filho. Depois de muito tempo, Uhtred enfrenta novamente a morte de sua nova família e, sem ter mais nada que o ligue aos dinamarqueses, precisa decidir se vai tentar reconquistar o reino que um dia foi seu ou continuará servindo a outras famílias do seu novo povo.

Baseada nas Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell, a série acerta muito ao acelerar algumas partes da trama, incluindo a infância de Uhtred, que cresce rapidamente e tem a maior parte de sua história contada já na vida adulta. É difícil empatizar com Uhtred, que é teimoso e comete muitos erros apenas pelo que podemos chamar de "personalidade forte". Ele é insubordinado, exigente com seus direitos como nobre, que pouco valem depois de tantos anos, e pouco respeitoso na questão da religião, que também é um grande foco da produção. O intuito é mostrar que, apesar de forte, Uthred ainda é imaturo. Com o desenrolar da série, ele passa por várias provações e consegue evoluir, mas essa imaturidade acaba deixando o meio da temporada um pouco lento, dando a impressão de que estão sendo abordadas sempre as mesmas questões.

Ao longo de oito episódios, The Last Kingdom tem uma direção simples que não se arrisca muito, mas se sobressai em duas frentes: as passagens de tempo, que ficam bem claras apesar de não serem totalmente didáticas; e nos planos abertos, que valorizam as locações e a natureza da ambientação.

Outro ponto forte é o elenco. David Dawson (Luther, Ripper Street) faz o papel do Rei Alfredo, responsável por lutar contra os dinamarqueses e a favor dos reinos saxões. Vêm dele as melhores cenas e diálogos de toda a série - todos subestimam Alfredo que, com sua calma, consegue usar isso a seu favor, sem deixar de mostrar o quanto é forte. Nesse ponto, o protagonista Dreymon deixa um pouco a desejar, principalmente em cenas que pedem mais emoção. Porém, assim como Uhtred, ele claramente evolui com o decorrer da temporada e tem tudo para voltar melhor no segundo ano.

É preciso citar também a bela trilha sonora, que conquista desde a abertura (com uma música capaz de ficar na sua cabeça por vários dias); até às várias sequências quando consegue aumentar a emoção, tensão, ou alegria mostradas em tela.

O final da temporada acerta ao deixar abertura para os novos caminhos de Uhtred, mas fechando um arco que não seria prejudicado caso a atração não continuasse. Apesar disso, The Last Kingdom terá sim uma segunda temporada, dessa vez com o apoio da Netflix, e tem tudo para continuar por muitos anos e com seus próprios méritos.

Nota do Crítico
Bom

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.