No auge da discussão sobre o novo Homem-Aranha do universo Marvel Ultimate - um menino negro, de ascendência latina, chamado Miles Morales -, um dos comentaristas de TV mais conhecidos dos EUA, Glenn Beck, atacou a decisão da Marvel, dizendo que ela faria parte da "conspiração Obama" para mudar os valores do país. E que, além disso, não estava nem aí para a mudança, sendo só coisa de"um gibi imbecil".
Homem-Aranha
Brian Michael Bendis, o escritor que está à frente da mudança, finalmente rebateu o comentário de Beck. Em entrevista ao podcast Word Balloon, o autor responde que foi o maior momento de sua carreira - especialmente por odiar Beck.
"Sem brincadeira, não consigo imaginar uma coisa melhor que tenha acontecido na minha vida, na minha carreira. Fora, claro, minha família. Mas na minha carreira, deve ser a melhor coisa que já me aconteceu. Juro que fiquei feliz com isso por mais tempo do que já fiquei com qualquer outra coisa na vida. Foi a coisa mais pirada que eu já ouvi. Não gosto dele, não por ele ser conservador, não tem nada a ver. Ele é um idiota que fica falando besteira preconceituosa, e é por isso que não gosto dele. Sei que o povo do Twitter vai me chamar de 'esquerdinha', e eu digo que não, não é assim que eu penso. Como ser humano, como pessoa, como indivíduo, ele é um idiota e disse merdas muito idiotas, tipo que os quadrinhos de hoje são imbecis, mas ficou dez minutos falando deles. Adorei cada palavrinha que saiu da boca dele", diz Bendis.
O autor ainda aproveita para comentar o mal-entendido - gerado por uma entrevista com a artista italiana Sara Pichelli, que vai desenhar a série - de que Morales também seria um personagem gay. A informação se espalhou pela imprensa mundial até que a Marvel pronunciou-se para dizer que foi apenas um erro de interpretação da declaração da desenhista.
