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Primavera Sound 2014 | Arcade Fire, Rodrigo Amarante e Queens of The Stone Age

Saiba como foram os shows do primeiro dia

02.06.2014, às 14H12.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H44

O primeiro dos três dias principais do Primavera Sound fez você entender porque o festival é realizado durante a primavera. O clima estava incrível. Sol e vento de dia, e um friozinho nem um pouco incômodo à noite. Os shows no começaram depois das cinco da tarde e se estenderam até as cinco horas da manhã.

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A primeira grande banda a tocar na quinta-feira, 29, foram os americanos do Real Estate. O quinteto de Nova Jersey concentrou a maior parte do público do festival no palco Heineken, onde mostraram um pouco do seu pop calmo e limpo. Além de músicas antigas, como a saudosa "It's real", a banda apresentou muito do seu disco mais recente, "Atlas".

Ao mesmo tempo, se apresentava no palco Ray-Ban o brasileiro Rodrigo Amarante, que ficou famoso na gringa ao montar a banda Little Joy ao lado de Fabrizio Moretti, também baterista do Strokes. Depois de se aventurar em bandas — primeiro no Los Hermanos, depoisOrquestra Imperial e então no Little Joy — e fazer turnês pelo mundo como guitarrista do Devendra Banhart, Amarante agora veio mostrar ao público seu primeiro disco solo, Cavalo. Provou seu tropicalismo poliglota com suas novas músicas em português, inglês e francês, mas também relembrou seus tempos de Orquestra Imperial com o samba "Pode ser".

De volta aos dois palcos principais — Heineken e Sony —, se apresentaram os texanos do Midlake e, depois, as californianas doWarpaint. Eles, uma banda de meninos que tocam um pop rock para quem também é fã de My Morning JacketFleet Foxes. Com o novo disco Antiphon, provaram ter se recuperado bem da saída do antigo vocalista, Tim Smith. O guitarrista Eric Pulido, que agora assume também os vocais, foi bem humilde ao dizer que logo desceria do palco para assistir aos outros shows e beber cerveja junto de todo mundo.

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Já o Warpaint é uma banda de meninas cheias de atitude, sempre comparadas com a lendária Siouxsie and the Banshees. Apresentaram seu novo disco, Warpaint, mas não deixaram de lado algumas músicas do disco anterior, "The fool", e o já conhecido cover de David Bowie, "Ashes to ashes". As garotas quase não falaram nada durante o show, e o público não parecia tão empolgado também. Não foi possível ouvir um coro nem em "Undertow", música mais famosa da banda. Uma pena, pois o som estava incrível.

Antes dos grandes headliners do primeiro dia, tocaram ainda nos palcos do Primavera Sound as bandas americanas de raízes africanas Sun Ra Arkestra e Antibalas; o homem por trás do The XX, Jamie XX; a cantora pop conhecida como St. Vicent; a banda americana de pop eletrônico Future Islands; a espanhola Standstill; e a britânica Chvrches, que muito agrada os fãs de Depeche Mode.

Abrindo os grandes nomes, Neutral Milk Hotel entrou no palco ATP pontualmente às 21h40. Primeira banda anunciada pelo festival, os americanos cravaram seu nome na história da música pop de uma vez por todas. Lançaram apenas dois discos e fizeram muito sucesso nos anos 1990, mas ficaram parados por quase dez anos. Bom, o show de quinta-feira provou que eles voltaram com tudo. O palco estava cheíssimo e o público muito animado.

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O Queens of the Stone Age entrou com tudo. Sem dúvida, o show mais elétrico do primeiro dia de Primavera Sound — e o que mais se podia ouvir pessoas cantando. O público fazia coro para as músicas antes mesmo de Josh Homme começar a cantar, algo muito raro no festival. Entre as canções, clássicos como "Sick, sick, sick", "Go with the flow", "Little sister" e "A song for the dead" levaram o público ao delírio e inspiraram até mesmo a formação de rodinhas. Josh Homme não deixou de interagir com os fãs um minuto sequer. Apresentou a banda, fez piadas, pediu palmas durante as músicas, agradeceu em espanhol e elogiou o festival, citando bandas como St. Vicent, Metronomy e Arcade Fire.

Os canadenses do Arcade Fire se apresentaram logo em seguida no palco à frente, fazendo com que os fãs corressem de um lado a outro para pegar o melhor lugar. E como já era esperado, levaram o troféu de show mais visual da noite. O palco estava todo negro, e um homem vestido com uma incrível roupa espelhada surgiu anunciando a banda, que abriu o show com "Reflektor". Apoteótico. Músicos por todo o palco, uma infinidade de instrumentos, incluindo um megafone, e projeções durante todo o concerto. Entre as músicas mais aclamadas e aplaudidas estavam "Neighborhood 3", "Rebellion (Lies)" e "No cars go". A canção mais esperada por muitos, "Wake up", foi deixada pro final. A multidão cantando o refrão à capela foi bem emocionante.

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Uma grande surpresa na noite foi a voz estonteante de Charles Bradley, cantor americano de soul que, da noite pro dia, virou um dos nomes mais cativantes da black music, aos 63 anos de idade. O palco Ray-Ban estava lotado mesmo às 2 da manhã, e o público parecia pirar com aquela incrível descoberta. Os fãs de música eletrônica ganharam ainda três grandes presentes na madrugada do primeiro dia de Primavera Sound. As bandas Disclosure e Metronomy, do Reino Unido, e Moderat, da Alemanha, colocaram todo mundo pra dançar.

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