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Oscar 2016 | Conheça os indicados a Melhor Filme Estrangeiro e Curta-Metragem

Produções internacionais variam em temas e estilos

Omelete
6 min de leitura
23.02.2016, às 18H18.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

Oscar se aproxima (veja a lista completa de indicados) e preparamos um especial para conhecer todos os indicados, categoria por categoria, passando agora para Curta-metragem e Melhor Filme Estrangeiro.

MELHOR CURTA-METRAGEM

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A categoria existe desde os anos 30 e já recebeu vários nomes, chegando a ser dividida pelo número de rolos do filme (sendo que cada rolo tinha cerca de 11 minutos) e por tipo (comédia e revelação). O prêmio, que contempla produções de diversos países, é entregue para os profissionais que mais estiveram envolvidos na realização do filme, sendo quase sempre o diretor e o produtor.

Ave Maria

O curta-metragem palestino representa a primeira indicação para o diretor Basil Khalil e o produtor francês Eric Dupont. A comédia de 15 minutos brinca com os costumes religiosos no encontro entre um grupo de freiras palestinas e uma família de colonos israelenses, cujo carro acaba de quebrar na porta do convento. A família não pode usar o telefone pois estão no Shabbat e pedem que as freiras façam a ligação por eles. As religiosas, porém, fizeram voto de silêncio e não podem falar. Assista ao trailer:

Day One

Com 25 minutos de duração, Day One marca a estreia do veterano de guerra Henry Hughes na direção. Depois de servir duas temporadas no Afeganistão, Hughes decidiu seguir com o sonho de se tornar cineasta e tem George Lucas como mentor através de um programa de auxílio a militares - o jovem diretor mostra seu trabalho e recebe conselhos diretamente do criador de Star Wars. Da experiência na guerra, surgiu a ideia para o curta, que mostra o primeiro dia de uma afegã-americana como tradutora para o exército dos EUA. Segundo Hughes, que atualmente trabalha em uma versão longa-metragem do mesmo filme, a intenção é quebrar estereótipos sobre o povo muçulmano e sobre a guerra. Assista ao trailer: 

Everything Will Be Okay (Alles Wird Gut)

Essa é a primeira indicação para o alemão Patrick Vollrath, veterano dos curtas-metragem que foi aluno de Michael Haneke. Um aprendiz que não passou despercebido, já que o antigo professor classificou Everything Will Be Okay como intenso e bem contado, "um filme tocante e excepcionalmente bem atuado que cativa do primeiro ao último segundo". Um elogio definitivo para quem buscava contar em apenas 30 minutos a complicada história de um pai divorciado que prepara o sequestro da filha. Assista ao trailer: 

Shok

O curta-metragem representa a primeira indicação para o diretor e roteirista Jamie Donoughue e a primeira indicação de um filme produzido no Kosovo. Baseado em fatos, o filmete intercala cenas do presente e do passado na guerra Kosovo, mostrando a amizade entre dois garotos. Assista ao trailer:

Stutterer

O diretor Benjamin Cleary divide com a produtora Serena Armitage a indicação pelo curta-metragem inglês. O filmete conta a história de um tipógrafo que tem dificuldades para se relacionar ao vivo por conta da gagueira, mas consegue ser bastante eloquente online. Cleary conta que teve a ideia depois de ler na internet sobre um homem que não conseguia falar ao telefone pois tudo dependia da sua voz. Assista ao trailer:

MELHOR LONGA-METRAGEM EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

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Parte oficial das honrarias da Academia da Artes e Ciências Cinematográficas desde 1956 (entre 1947 e 1955 a estatueta era entregue ocasionalmente, mas sem competição entre filme indicados), a categoria premia longas-metragem feitos fora dos EUA e com diálogos que não sejam predominantemente em inglês. Ao contrário de outas categorias, o prêmio não é entregue a um indivíduo, sendo aceito na maior parte das vezes pelo diretor, mas considerado um prêmio para todo o país.

O Lobo do Deserto (Theeb)

A produção da Jordânia marca a estreia na direção de um longa-metragem de Naji Abu Nowar, que também assina o roteiro ao lado de Bassel Ghandour. Nowar teve a ideia para o filme depois de visitar o deserto ao sul da Jordânia e ficar fascinado pela cultura beduína. A dupla passou um ano estudando o modo de vida beduíno e decidiu trabalhar com atores não profissionais no longa em busca de autenticidade (a ausência de personagens femininas se deve ao fato de que nenhuma mulher das comunidades aceitou trabalhar no filme). Jack Fox, intérprete do oficial britânico que busca os serviços dos beduínos para atravessar o deserto em uma missão secreta, é o único ator profissional do longa. Assista ao trailer:

Guerra (Krigen)

Escrito e dirigido por Tobias Lindholm (roteirista de A Caça), a produção da Dinamarca foca nas consequências da guerra na vida civil. Na trama, uma decisão tomada pelo comandante Claus M. Pedersen para salvar seus homens acaba sendo julgada como um crime, o que afeta o seu retorno para casa ao lado da família. A produção, estrelada por Pilou Asbæk, conta no elenco com soldados dinamarqueses que serviram no Afeganistão. Assista ao trailer:

Cinco Graças (Mustang)

Apesar de representar a França no Oscar, a produção escrita e dirigida pela franco-turca Deniz Gamze Ergüven se passa na Turquia e é toda falada na língua nativa. A história das cinco irmãs órfãs que passam a ser controladas por seus tutores depois de serem vistas brincando com garotos na praia é baseada na experiência de uma prima da cineasta e foi duramente criticada pela mídia turca. O país rejeitou o filme como seu representante na corrida pelo Oscar, deixando espaço para a coprodutora França assumir a indicação. Assista ao trailer:

Filho de Saul (Saul fia)

O primeiro longa-metragem escrito e dirigido por László Nemes é o representante da Hungria no Oscar. Fascinado pela história dos Sonderkommandos, o cineasta começou a escrever o script em 2010 sobre os homens recrutados na sua chega aos campos de concentração para execução de tarefas críticas, como a cremação ou enterro coletivo de prisioneiros e a limpeza da câmera de gás. Premiado no Festival de Cannes com o Grand Prix, a produção é a favorita a levar a estatueta. Usando um ponto de vista centralizado no protagonista e proporção de tela em 1,37:1 Nemes criou uma representação claustrofóbica e sem o foco em atos bárbaros, considerado uma renovação na representação do Holocausto no cinema. Leia a crítica e assista ao trailer: 

O Abraço da Serpente (El abrazo de la serpiente)

Terceiro filme do colombiano Ciro Guerra, o longa conta duas histórias centradas no xamã Karamakate, o último da sua tribo. A base do roteiro de Guerra são os diários de dois cientistas nas suas expedições pela América do Sul (o alemão Theodor Koch-Grunberg e o americano Richard Evans Schultes) na sua busca pela planta sagrada yakruna. Rodado em preto e branco e com trilha criada por Nascuy Linares, o filme foi aclamado pela crítica internacional e recebeu o prêmio de Arte do Directors' Fortnight do Festival de Cannes. Assista ao trailer:

A cerimônia do Oscar 2016 acontecerá em 28 de fevereiro, com apresentação de Chris Rock. Acompanhe a cobertura ao vivo do Omelete, no Youtube, no site e nas nossas redes sociais.

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